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sábado, 10 de julho de 2010

[saborearte] Alergia ao trabalho?

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Alergia ao trabalho?
 
O mau humor, a indisposição, a irritação, o desânimo só se manifestam no ambiente de trabalho; saiu, o comportamento é normal, o que leva a supor que o indivíduo tem alergia ao batente ou é um daqueles tipos insuportáveis de conviver. Mas calma! Antes de rotular e estigmatizar o colega da mesa ao lado, saiba que esses podem ser sintomas de um distúrbio pouco conhecido da população: a Síndrome de Burnout (ou Síndrome do Esgotamento Profissional).


Síndrome é confundida com estresse

O termo Burnout resultou da junção de burn (queima) e out (exterior), caracterizando um tipo de estresse ocupacional durante o qual a pessoa consome-se física e emocionalmente, resultando em exaustão e em um comportamento agressivo e irritadiço. O problema foi identificado em 1974, nos Estados Unidos, pelo pesquisador Freunderberger, a partir da observação de desgaste no humor e na motivação de profissionais de saúde com os quais trabalhava.

A síndrome é, muitas vezes, confundida com estresse, embora apresente características próprias. "No caso da Síndrome de Burnout tem o acréscimo da desumanização, que se mostra por atitudes negativas e grosseiras em relação às pessoas atendidas no ambiente profissional e que por vezes se estende também aos colegas, amigos e familiares", explica a psicóloga clínica e hipnoterapeuta Adriana de Araújo.

Profissionais mais propensos - Todo trabalhador que vive sob pressão pode desenvolver a síndrome, que afeta especialmente aqueles profissionais obrigados a manter contato próximo com outros indivíduos e que vivem sob forte desgaste. É o caso de médicos, enfermeiros, psicólogos, professores, policiais ... "Recentemente, a categoria dos funcionários de companhias aéreas inseriu-se entre aquelas de alto risco para desenvolver a síndrome, devido às pressões intensas e ao desgaste vivido durante a crise dos atrasos nos horários dos voos", exemplifica Adriana de Araújo.

O ritmo acelerado e as tensões no trabalho existentes atualmente, por si só, não desencadeiam o distúrbio, esclarece a psicóloga. "O desgaste com rotinas extenuantes, horas extras e cobranças de chefias constituem a regra quando o assunto é trabalho nos dias de hoje. A manifestação da síndrome depende muito mais da reação individual de cada pessoa frente aos problemas que surgem na rotina profissional. Em comum, são pessoas excessivamente críticas, muito exigentes consigo mesmas e com os outros e que têm maior dificuldade para lidar com situações difíceis".

Segundo ela, algumas características individuais podem incentivar o estabelecimento da síndrome como idealismo elevado, excesso de dedicação, alta motivação, perfeccionismo, rigidez. "Em geral, são indivíduos que gostam e se envolvem com o que fazem, não medindo esforços para atingir seus próprios objetivos e os da instituição em que atuam. De certa forma, é tudo o que as organizações esperam de um bom profissional", admite.

Características próprias

As mais marcantes singularidades da síndrome são a exaustão emocional,  a falta de energia e baixa autoestima, a despersonalização (a pessoa torna-se fria no contato com outras, revela-se constantemente impaciente e não raramente tem atitudes grosseiras, cínicas e irônicas) e a reduzida realização profissional, sempre acompanhada de sensação de inadequação, baixa avaliação profissional e insatisfação permanente.

Tratamento

O tratamento da Síndrome de Burnout é essencialmente psicoterapêutico. Mas, em alguns casos, pode-se lançar mão de medicamentos como os ansiolíticos ou antidepressivos para atenuar a ansiedade e a tensão, sendo sempre necessária a avaliação e, no caso medicamentoso, a prescrição feita por um medico especialista. "No processo psicoterapêutico, além do enfoque individual para o alívio das dificuldades sentidas, é necessário a reflexão e um redimensionamento das atitudes relativas à atividade profissional, objetivos de vida e cuidados com a autoestima e com sentimentos mais profundos de aceitação", informa Adriana de Araújo.


http://www.jornaldaorla.com.br/noticias_integra.asp?cd_noticia=4296

 

 

 

 


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